O que é a cirurgia de redesignação sexual?
A cirurgia de redesignação sexual é um procedimento médico que permite que pessoas transgêneros alterem a genitália para se adequarem à sua identidade de gênero. Para as mulheres trans, isso significa ter uma vagina, que é a genitália tipicamente feminina.
O processo de transição
A cirurgia de redesignação sexual é normalmente realizada como parte de um processo mais amplo de transição de gênero. Geralmente, a pessoa precisa passar por um período de terapia hormonal para modificar características físicas secundárias, como crescimento de pelos e voz, antes de ser avaliada para a cirurgia.
Além disso, é necessário um acompanhamento psicológico para garantir que a pessoa está emocionalmente preparada para a cirurgia e compreenda todas as suas implicações físicas e emocionais.
Tipos de cirurgia de redesignação sexual
Existem diferentes técnicas cirúrgicas disponíveis para a criação da vagina em mulheres trans. A escolha do procedimento depende das preferências pessoais da paciente, bem como de fatores como idade, saúde geral e anatomia existente.
As técnicas mais comuns incluem a penectomia (remoção do pênis), vaginoplastia de inversão (criação de uma vagina a partir do tecido escrotal) e a vaginoplastia de cólon sigmoide (utilização de um segmento do cólon para criar a vagina).
Pré-operatório
Antes da cirurgia, a paciente passará por exames médicos para avaliar sua condição de saúde geral e verificar se não há contraindicações para o procedimento. Também pode ser necessário suspender o uso de medicamentos que possam aumentar o risco de complicações durante a cirurgia.
É comum que a paciente precise fazer depilação a laser na área genital antes da cirurgia, para remover os pelos indesejados e garantir uma cicatrização adequada.
Procedimento cirúrgico
A cirurgia de redesignação sexual geralmente é realizada em um hospital sob anestesia geral. O cirurgião utiliza técnicas específicas para criar a vagina, removendo o tecido peniano e moldando a área vaginal.
O tempo de duração da cirurgia varia dependendo do procedimento escolhido e das características individuais da paciente, podendo levar de algumas horas a até um dia inteiro. Todo o procedimento é realizado com cuidado para garantir a estética e a funcionalidade da nova vagina.
Pós-operatório e recuperação
Após a cirurgia, a paciente precisará ficar alguns dias internada no hospital para a recuperação inicial. Durante esse período, serão realizados curativos e cuidados com a nova vagina para prevenir infecções.
Após receber alta hospitalar, a paciente precisará seguir uma série de cuidados durante a fase de recuperação, que pode durar de algumas semanas a alguns meses. Isso inclui evitar atividades físicas intensas, usar roupas íntimas adequadas e seguir as instruções médicas para banho e higiene.
Riscos e complicações
Como qualquer procedimento cirúrgico, a cirurgia de redesignação sexual apresenta riscos e possíveis complicações. Alguns problemas que podem ocorrer incluem infecções, hematoma, cicatrizes excessivas e alterações na sensibilidade genital.
É fundamental que a paciente esteja ciente desses riscos e discuta-os detalhadamente com o cirurgião antes de tomar a decisão de se submeter à cirurgia.
Impacto emocional e social
A cirurgia de redesignação sexual tem um impacto significativo na vida da mulher trans. Para muitas pessoas, ela é um passo fundamental para se sentir mais autêntica e alinhada com sua identidade de gênero.
No entanto, é importante ressaltar que a cirurgia não é um requisito para validar a identidade de gênero de uma mulher trans. Cada indivíduo tem sua própria jornada e deve ser respeitado em suas escolhas.
Acesso à cirurgia
No Brasil, algumas cirurgias de redesignação sexual são disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) gratuitamente. No entanto, a espera para realização do procedimento pode ser longa.
Além disso, existem clínicas privadas que oferecem a cirurgia, mas os preços variam consideravelmente. Em média, o custo total da cirurgia de redesignação sexual no Brasil pode chegar a cerca de R$ 30.000 a R$ 50.000.
Considerações finais
A cirurgia de redesignação sexual é um procedimento complexo e delicado, que pode proporcionar uma melhor qualidade de vida para mulheres trans. No entanto, a decisão de se submeter à cirurgia deve ser tomada com cuidado, após uma reflexão profunda e acompanhamento médico adequado.
Referências:
1. Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) - www.cirurgiaplastica.org.br
2. Ministério da Saúde - www.saude.gov.br