A resignação é um estado emocional e mental onde uma pessoa aceita e se adapta passivamente às circunstâncias negativas ou desfavoráveis da vida, sem tentar mudá-las. É a submissão resignada àquilo que é considerado inevitável ou insuperável. A resignação pode ocorrer em diversas áreas da vida, como nos relacionamentos, trabalho, saúde e finanças.
Aspectos da resignação:
1. Sentimento de impotência
A resignação geralmente surge de um sentimento de impotência diante de situações incontroláveis. A pessoa se convence de que não pode fazer nada para mudar a realidade e, assim, desiste de lutar ou buscar alternativas. Esse sentimento pode ser causado por experiências passadas de fracassos ou por uma baixa autoestima.
Exemplo: Uma pessoa que tentou várias vezes encontrar um emprego melhor, sem sucesso, pode se resignar a ficar em um trabalho que não lhe traz satisfação.
2. Medo do desconhecido
O medo do desconhecido pode levar à resignação. Algumas pessoas preferem permanecer em situações conhecidas e insatisfatórias do que arriscar-se em algo novo e incerto. O senso de segurança proporcionado pela rotina e familiaridade pode impedir a busca por novas oportunidades.
Exemplo: Um indivíduo que está insatisfeito com o relacionamento, porém teme a solidão e o processo de construir um novo vínculo, pode se resignar a continuar em um relacionamento infeliz.
3. Falta de recursos ou apoio
A falta de recursos e apoio adequados pode levar à resignação. Se uma pessoa não tem acesso a recursos financeiros, emocionais ou sociais que facilitariam a mudança de uma situação negativa, ela pode se sentir incapaz de romper com o ciclo de resignação.
Exemplo: Alguém que gostaria de empreender um negócio, mas não possui capital de investimento e não recebe apoio familiar ou de amigos, pode se resignar a continuar em um emprego insatisfatório.
4. Desilusão
A desilusão e o desapontamento podem levar à resignação. Quando uma pessoa enfrenta repetidas decepções ou fracassos, ela pode se desmotivar e se resignar a não mais perseguir seus objetivos ou sonhos.
Exemplo: Um músico talentoso que não consegue alcançar sucesso no mercado fonográfico, apesar de seus esforços, pode se resignar a deixar de perseguir uma carreira musical e buscar uma ocupação diferente.
5. Expectativas irreais
Expectativas irreais podem levar à resignação. Quando uma pessoa se depara com a realidade de que suas expectativas são muito altas ou inalcançáveis, ela pode se desanimar e se resignar a aceitar uma situação abaixo do ideal.
Exemplo: Uma pessoa que sonha em encontrar um parceiro perfeito, com características ideais e sem defeitos, pode se resignar a permanecer solteira caso não encontre alguém que atenda a todas as suas expectativas.
6. Crenças limitantes
Crenças limitantes podem levar à resignação. Algumas pessoas possuem crenças arraigadas de que não são merecedoras de coisas boas ou de que não têm capacidade para alcançar o que desejam. Essas crenças limitam suas ações e as impedem de buscar mudanças.
Exemplo: Alguém que acredita que não é inteligente o suficiente para ingressar em uma faculdade renomada pode se resignar a não buscar uma educação superior.
7. Conformismo social
Pressões sociais e normas culturais podem levar ao conformismo e, consequentemente, à resignação. Quando uma pessoa se sente pressionada a se encaixar em um determinado padrão ou a se adequar às expectativas da sociedade, ela pode abrir mão de seus próprios desejos e se resignar a seguir o senso comum.
Exemplo: Alguém que tem aptidão e paixão pela arte, mas é pressionado pela família a seguir uma carreira convencional, pode se resignar a escolher uma profissão não alinhada com seus interesses.
8. Desmotivação e exaustão
A desmotivação e a exaustão podem levar à resignação. Pessoas que enfrentam desafios constantes, sem vivenciar recompensas ou progresso, podem perder a motivação para continuar tentando e se resignar a uma situação insatisfatória, evitando novas tentativas.
Exemplo: Um atleta que treina intensamente, mas não obtém bons resultados nas competições, pode se resignar a abandonar a carreira esportiva.
Referências:
1. Silva, J. C. (2019). Resignação e bem-estar subjetivo em adolescentes: O papel da emoção. Revista de Psicologia da IMED, 11(1), 92-107.
2. Weiss, R. (2009). Resignation and acceptance, or the art of living. Psychoanalytic Inquiry, 29(5), 443-456.
3. Mora, M. T. (2017). Manual de Psicologia Positiva. São Paulo: Sinopsys Editora.