O balão gástrico é um procedimento médico utilizado para auxiliar na perda de peso e no tratamento da obesidade. Ele consiste na inserção de um balão no estômago do paciente, que ocupa espaço e promove uma sensação de saciedade, reduzindo assim a quantidade de alimentos ingeridos. No entanto, nem todas as pessoas são elegíveis para esse tipo de intervenção. Neste artigo, abordaremos quem pode colocar balão gástrico e quais são os critérios para sua indicação.
Obesidade severa
O balão gástrico é indicado para pacientes com obesidade severa, ou seja, aqueles com um Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 40. O IMC é calculado dividindo-se o peso do indivíduo pela altura ao quadrado. Por exemplo, uma pessoa com 1,70m de altura e 100kg de peso teria um IMC de aproximadamente 34,6, o que não seria suficiente para a indicação do procedimento.
Além disso, o balão gástrico também pode ser utilizado em pacientes com um IMC entre 35 e 39, desde que apresentem comorbidades relacionadas à obesidade, como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, apneia do sono, entre outras.
Avaliação médica
Antes de realizar o procedimento, é fundamental passar por uma avaliação médica minuciosa. O médico irá analisar o histórico clínico do paciente, realizar exames físicos e solicitar exames complementares, como exames de sangue, eletrocardiograma, entre outros.
O objetivo dessa avaliação é identificar possíveis contraindicações e garantir que o paciente esteja apto a passar pelo procedimento de forma segura. Algumas condições que contraindicam a colocação do balão gástrico incluem gravidez, distúrbios de coagulação, doenças inflamatórias do trato gastrointestinal, entre outras.
Acompanhamento multidisciplinar
O balão gástrico não é um tratamento isolado para a obesidade. É essencial que o paciente tenha um acompanhamento multidisciplinar, envolvendo médicos, nutricionistas, psicólogos e educadores físicos.
O nutricionista irá elaborar um plano alimentar adequado, com uma dieta balanceada e rica em nutrientes. O psicólogo irá auxiliar o paciente a lidar com questões emocionais relacionadas à obesidade, como ansiedade e compulsão alimentar. Já o educador físico irá orientar a prática de exercícios físicos adequados às condições e necessidades do paciente.
Procedimento e pós-operatório
A colocação do balão gástrico é realizada por meio de um procedimento endoscópico, ou seja, sem a necessidade de cortes ou incisões. O balão é inserido vazio no estômago e então inflado com uma solução salina ou com ar.
O pós-operatório do balão gástrico requer cuidados específicos. É comum que o paciente sinta desconforto no início, devido à presença do balão. Algumas recomendações comuns incluem a adoção de uma dieta líquida nos primeiros dias, seguida por uma alimentação pastosa e gradualmente a introdução de alimentos sólidos. É importante também evitar o consumo de bebidas gaseificadas, que podem causar desconforto.
Resultados e referências
A perda de peso variará de acordo com cada caso e com a adesão do paciente ao tratamento. Em média, espera-se uma perda de 10% a 15% do peso inicial nos primeiros seis meses após a colocação do balão gástrico.
É importante ressaltar que o balão gástrico não é indicado como uma solução definitiva para a obesidade, mas sim como uma ferramenta auxiliar. O paciente deve seguir um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada e prática regular de exercícios físicos, para manter os resultados a longo prazo.
Referências:
1. Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Disponível em: www.sbcbm.org.br
2. Ministério da Saúde. Disponível em: www.saude.gov.br
3. Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Disponível em: www.hospitaloswaldocruz.org.br