O hemangioma de nascença é uma neoplasia benigna comum que se desenvolve durante a gestação e está presente no recém-nascido. Essa anomalia vascular afeta aproximadamente 4-5% das crianças ao redor do mundo. Ela se caracteriza por um crescimento rápido nos primeiros meses de vida do bebê, seguido por uma fase de involução espontânea. Apesar de sua aparência assustadora, na maioria dos casos, o hemangioma de nascença não causa problemas significativos e tende a desaparecer gradualmente com o tempo.
Causas e Fatores de Risco
A causa exata do hemangioma de nascença ainda é desconhecida. No entanto, pesquisas sugerem que fatores genéticos e hormonais podem desempenhar um papel importante no seu desenvolvimento. Além disso, certos fatores de risco foram identificados, como ser do sexo feminino, ter histórico familiar da condição e ser prematuro. A exposição a certas substâncias durante a gestação, como tabaco e álcool, também pode aumentar o risco de desenvolvimento de hemangioma de nascença em bebês.
Aparência e Classificação
O hemangioma de nascença apresenta-se como uma lesão na pele, geralmente de coloração vermelha ou azulada. Sua aparência pode variar desde uma pequena mancha até uma lesão nodular maior. Existem duas principais classificações de hemangiomas de nascença: os superficiais e os profundos. Os hemangiomas superficiais são mais comuns e afetam a camada mais externa da pele, enquanto os profundos envolvem a camada mais profunda da pele e podem ser mais difíceis de tratar.
Diagnóstico e Avaliação
O diagnóstico de hemangioma de nascença é geralmente feito clinicamente, com base na aparência característica da lesão. No entanto, em casos complexos, pode ser necessário realizar exames de imagem, como ultrassonografia ou ressonância magnética, para avaliar melhor a extensão do hemangioma e sua relação com estruturas adjacentes. É importante descartar outras condições vasculares que possam ter uma apresentação clínica semelhante.
Complicações Potenciais
A maioria dos hemangiomas de nascença não causa complicações significativas e tendem a desaparecer por conta própria. No entanto, em casos raros, pode ocorrer ulceração da lesão, causando dor e possibilidade de infecção. Hemangiomas localizados em áreas de risco, como o olho, o lábio superior ou as vias aéreas, podem interferir no desenvolvimento normal e requerer intervenção médica.
Tratamento e Manejo
O tratamento do hemangioma de nascença depende de vários fatores, incluindo a localização, tamanho, idade do paciente e risco de complicações. Em geral, a maioria dos hemangiomas de nascença não requer tratamento ativo e é aconselhável apenas observar sua evolução. No entanto, em casos selecionados, podem ser utilizados medicamentos específicos, como propranolol, corticosteroides orais ou injeção intralesional de corticosteroides. Em situações mais complexas ou com risco de complicações, a intervenção cirúrgica pode ser necessária para a remoção completa do hemangioma.
Perspectiva e Acompanhamento
A maioria dos hemangiomas de nascença apresenta uma fase de crescimento rápida nos primeiros meses de vida, seguida por uma fase de involução espontânea ao longo dos anos. O acompanhamento regular com um especialista é essencial para monitorar seu tamanho, avaliar complicações potenciais e decidir sobre a necessidade de intervenções adicionais. Em geral, a perspectiva para a maioria dos pacientes com hemangioma de nascença é excelente, com uma resolução completa ou significativa melhoria da aparência com o tempo.
Investimento Financeiro
O custo associado ao tratamento do hemangioma de nascença pode variar dependendo do tipo de intervenção necessária. No Brasil, o custo médio de uma consulta com um dermatologista especializado em hemangiomas pode variar entre R$200 e R$500. Medicamentos, como o propranolol, podem ter um custo mensal médio de R$150 a R$300. Intervenções cirúrgicas para remoção completa do hemangioma podem ter um custo mais elevado, com valores que variam de R$3.000 a R$10.000, dependendo da complexidade do caso.
Referências:
1. Drolet BA, Chamlin SL, Garzon MC, et al. Management of infantile hemangiomas: current trends. Pediatrics. 2013;131(1):99-106.
2. National Organization for Rare Disorders. Infantile Hemangioma. Disponível em: https://rarediseases.org/rare-diseases/infantile-hemangioma/. Acesso em: 10 de setembro de 2021.
3. Monteiro R, Magina S, Moura C, et al. Infantile Hemangioma: An Update on Vascular Etiopathogenesis. Int J Mol Sci. 2020;21(20):7574. doi:10.3390/ijms21207574